Pokémon Mystery Dungeon: conheça a série de RPGs roguelike

Neste especial, traçamos a história da série spin-off de Pokémon.

Com o enorme sucesso da franquia multimídia Pokémon, não é surpresa que a série tenha dado origem a vários spin-offs, obras com formatos diferentes dos jogos desenvolvidos pela Game Freak. Dentre eles, o que se manteve por mais tempo é Pokémon Mystery Dungeon, desenvolvido pela Spike Chunsoft. Com títulos para GBA, DS, Wii e 3DS, essa subsérie conquistou uma legião fiel de fãs com seu estilo de narrativa e gameplay viciante, apesar de ser bem menos conhecida que a franquia principal ou Pokémon GO.

Vale destacar também que Mystery Dungeon é um formato de gameplay típico da desenvolvedora. Seu primeiro título com esse estilo foi Torneko no Daibouken: Fushigi no Dungeon, um spin-off de Dragon Quest lançado para SNES em 1993 apenas no Japão. Depois dele, a empresa também criou a franquia Shiren the Wanderer e permitiu à Square utilizar a IP para fazer Chocobo's Mystery Dungeon. Houve também outras colaborações, mas Pokémon Mystery Dungeon é a de maior relevância.


Diante do anúncio do remake do primeiro Pokémon Mystery Dungeon, originalmente lançado para GBA e DS, fizemos aqui um apanhado geral da história da subsérie Pokémon Mystery Dungeon.

Red Rescue Team (GBA) & Blue Rescue Team (DS)


Os jogos que deram origem à série e oferecem a base da estrutura narrativa e mecânica de suas sequências. Lançados em novembro de 2005 no Japão e em setembro de 2006 no Ocidente, eles não tinham muita diferença entre si, sendo desenvolvidos para duas plataformas diferentes para aproveitar o público já existente do Game Boy, com o lançamento ainda recente do DS.

O jogador encarna um humano que se transformou em Pokémon sob misteriosas circunstâncias. No início, é necessário realizar uma enquete de personalidade. A partir das respostas, é escolhida a criatura na qual o personagem do jogador se torna. As possibilidades incluem, ao todo, 16 pokémon: Bulbasaur, Squirtle, Charmander, Pikachu, Meowth, Psyduck, Machop, Cubone, Eevee, Chikorita, Cyndaquil, Totodile, Treecko, Torchic, Mudkip e Skitty. Dependendo do resultado, o jogador então escolhe um parceiro entre as outras opções, ou, mais especificamente, aqueles cujo tipo complementa o do jogador, garantindo uma equipe equilibrada.
Depois da transformação, o jogador logo encontra seu parceiro no meio da floresta e os dois acabam indo a uma dungeon para resgatar um bebê Caterpie que se separou da mãe. Depois de resgatá-lo e se sentindo bastante felizes pela conquista, o jogador e seu parceiro decidem montar uma equipe de resgate, ou seja, um grupo que realiza quests para os outros Pokémon que precisam de ajuda. Em especial, as missões usualmente se referem a encontrar Pokémon desaparecidos e itens perdidos.

No entanto, desastres naturais têm acontecido com mais frequência ao longo do tempo e o protagonista ouve uma voz misteriosa enquanto dorme. Por que essas coisas estão acontecendo? O que levou o personagem a se transformar em Pokémon? E será possível voltar ao normal?  Todas essas perguntas são respondidas ao longo do tempo e o roteiro é simples, mas bem escrito, fazendo com que os seus eventos tenham um surpreendente peso dramático.
Em termos de gameplay, também não tem mistério, com o perdão do trocadilho. O jogador deve montar uma equipe de até quatro criaturas para explorar as dungeons. Lá dentro, a movimentação do RPG funciona em uma simulação de turnos. Ao andar, atacar ou apertar uma combinação de botões para ficar parado, o jogador realiza uma ação e os outros personagens também executam o seu turno.

Obviamente, isso implica não apenas em aliados, mas também na movimentação dos inimigos pela área. Afinal, as dungeons são locais onde Pokémon selvagens estão, e é uma oportunidade de lutar contra eles e adicioná-los à equipe. Mas o recrutamento de novos aliados depende de dois fatores.
Primeiramente, cada área possui uma lista de recrutamento e, se o nome não estiver na lista, não há chance do Pokémon desejado se juntar à equipe naquela dungeon. Por exemplo, em Tiny Woods, primeira área do jogo, nenhum bicho pode ser recrutado. O segundo fator que pode ser um problema é a necessidade de Friend Areas, que são os locais onde os aliados habitam e que precisam ser comprados ou adquiridos em missões específicas para liberar o seu recrutamento.


Um detalhe interessante é que os seus aliados não são controlados diretamente, mas é possível oferecer táticas a eles. No menu, é possível definir, por exemplo, que eles devem seguir o líder ou fugir dos inimigos, entre outras coisas. Há também um item chamado Gummi, que pode ser usado para melhorar a inteligência dos aliados e poder assim aprender novas estratégias.

Assim como na série principal, cada personagem pode ter, no máximo, 4 golpes, cada um com seu próprio PP, que define a quantidade de vezes que o golpe pode ser usado. Há também um ataque básico que não envolve o gasto de PP, podendo ser usado a qualquer momento, mas sendo em geral mais fraco que os golpes que causam dano. Obviamente, há também técnicas de suporte, cujo funcionamento pode variar bastante em comparação com o seu original.
Também é possível usar vários itens, cujos efeitos podem variar bastante. Há aqueles que servem para cura e regenerar efeitos (como veneno e confusão), como as berries; outros podem servir para arremessar nos inimigos e causar dano, como os Gravelerocks e Sticks; itens equipáveis que podem ter efeitos variados; etc. Entre esses, um item em particular é curiosamente valioso: maçãs.

Comidas em geral, mas em particular as maçãs, que são os itens mais comuns do jogo, são extremamente importantes. Afinal, a exploração deixa o seu Pokémon com fome. Essa mecânica significa que enquanto exploramos os andares da dungeon, que são proceduralmente gerados, é importante manter um estoque mínimo de comidas. Caso a barriga do personagem fique vazia, ele começará a tomar dano e isso fará com que sobreviver se torne bem mais complicado.

Conforme avançamos na história, novas áreas são liberadas, mas também é possível, na maior parte do tempo, focar nas sidequests, adquirindo novos itens e dinheiro, além de ganhar pontos de resgate que aumentam o seu rank. As missões são divididas em níveis de dificuldade de E (o mais fácil) a S (o mais difícil) e suas recompensas melhoram de acordo com o nível.
Vale também destacar a presença dos Wonder Mails, que são uma espécie de senha atrelada a cada missão. De posse dela, é possível abrir uma nova quest, conseguir recompensas especiais e até novos aliados que não poderiam ser conseguidos por outros meios.

Lembrando que ao todo o jogo inclui os 386 Pokémon das três primeiras gerações e é possível conquistar todos, apesar de que as evoluções são bloqueadas a princípio. Apenas a partir de um evento da história é que o jogador pode escolher evoluir a si mesmo e os seus aliados (ainda seguindo padrões de nível adequados à série principal).

Outro elemento importante é a capacidade de resgatar outro jogador. Ao falhar em uma missão, o jogo dá a oportunidade de enviar um SOS Mail para outro jogador, conectando-se a outro jogador. Isso serve como uma quest para a outra pessoa, e quando ela completa o seu objetivo é possível enviar um A-Ok Mail, o que permite ao jogador voltar a fazer a dungeon do ponto em que parou, com os itens obtidos intactos. Afinal, um detalhe importante da série é que, como se trata de um roguelike, ao morrer, o jogador perde itens e dinheiro que estiverem com ele, sendo importante guardá-los na cidade sempre que sai de uma área.

De forma geral, Rescue Team é um exemplar sólido do formato Mystery Dungeon. Tanto sua história quando seu gameplay são simples e fáceis de entender, mas ao mesmo tempo há elementos bastante interessantes ao mergulhar de cabeça no jogo. Será curioso ver o que irá mudar no remake.

Explorers of Time/Darkness/Sky (DS)


Considerados pela maior parte dos fãs como os melhores jogos da série, Explorers of Time e Explorers of Darkness foram lançados em setembro de 2007 no Japão e abril de 2008 no Ocidente. Em 2009, uma versão definitiva que expande significativamente os jogos foi lançada com o nome Explorers of Sky.

Com a chegada da quarta geração, os jogos adicionaram uma grande quantidade de Pokémon, chegando a 491 Pokémon em Time/Darkness, ficando excluídos Shaymin (que pode ser recrutado em Sky) e Arceus (que aparece em Sky, mas não é jogável). Também houve mudança na lista de iniciais, que também são definidos por uma enquete de personalidade. Psyduck, Machop, Cubone e Eevee deixaram de ser opções, e foram substituídos pelos iniciais da nova geração (Turtwig, Chimchar, Piplup) e Munchlax. Em Sky, Vulpix, Phanpy, Shinx e Riolu também são adicionados e Eevee retorna às opções, mas Meowth e Munchlax passam a ser apenas potenciais parceiros.
Novamente o jogador é um humano transformado em Pokémon, mas dessa vez ele é encontrado inconsciente na praia pelo seu parceiro, que sempre sonhou em se tornar um explorador, mas nunca teve coragem. No entanto, pouco após salvar o protagonista, o seu parceiro é atacado por uma dupla composta por Zubat e Koffing, e seu tesouro mais precioso é roubado. O jogador e seu amigo seguem os dois e vão parar na primeira dungeon.

Depois de resolver o caso, os personagens principais têm, então, uma conversa sobre o tesouro, uma Relic Fragment, e o sonho do parceiro de conhecer novos lugares, encontrar grandes tesouros e descobrir mais sobre o item em questão. Eles decidem montar uma equipe de exploração e se juntam à guilda do Wigglytuff. Lá eles conhecem uma variedade de outros Pokémon que também sonham com aventura, como o entusiástico e gentil Bidoof, a otimista e sempre alegre Sunflora, o sério vice-líder Chatot, e o competente e misterioso veterano Dusknoir.

Com diálogos e personagens mais desenvolvidos que no jogo anterior, Explorers esbanja carisma.  É bem interessante ver as motivações de cada um, além das sérias reviravoltas do roteiro envolvendo não só a origem do protagonista como também os eventos alarmantes que têm afetado o mundo.

Com o tempo, o protagonista descobre o poder de ter visões do passado e do futuro, e isso passa a ser central para os eventos principais da história. Sky também adiciona episódios especiais que justamente dão mais detalhes para a história desses personagens com os quais o jogador convive.

Obviamente, há também uma grande quantidade de áreas para conseguir os Pokémon. Ao todo, Sky possui 71 dungeons diferentes, incluindo aquelas que são utilizadas para a história, as que são liberadas após o final e outras áreas opcionais.

Com uma grande quantidade de Pokémon disponíveis e dungeons, um bom trabalho de desenvolvimento de personagens e polimentos em vários detalhes, o título é bastante viciante e recheado de conteúdo.

Blazing / Stormy / Light Adventure Squad (Wii)


Lançados apenas no Japão em agosto de 2009, os jogos de Wii são os únicos da série que não vieram para o Ocidente. Eles só estavam disponíveis via download no WiiWare e foram os primeiros a usar gráficos 3D, reaproveitando os modelos de My Pokémon Ranch e Pokémon Rumble. As três versões dividem os 493 Pokémon disponíveis até a quarta geração, cada uma possuindo apenas uma parcela deles. Cada jogo também tem 15 dungeons únicas que não estão presentes nos outros jogos.

Curiosamente, esse é o único jogo da série em que o protagonista não é um humano transformado em Pokémon. Na verdade, ele é apenas um dos habitantes do hub do jogo (a vila em Blazing, a praia em Stormy e o jardim em Light). Além disso, ao invés do questionário usual, o jogo apenas oferece uma lista de Pokémon para o jogador escolher, cada qual oferecendo opções próprias.

Em Blazing, o jogador pode assumir o papel de Charmander, Vulpix, Growlithe, Eevee, Cyndaquil, Teddiursa, Torchic, Chimchar ou Bunneary. Já Stormy conta com Squirtle, Totodile, Wooper, Phanpy, Mudkip, Azurill, Wynaut, Piplup e Riolu. E, por fim, Light oferece como opções Pikachu, Meowth, Psyduck, Pichu, Togepi, Mareep, Elekid, Shinx e Pachirisu.

Também vale destacar que o jogo introduz uma mecânica de torres, na qual é possível empilhar os Pokémon e se movimentar como um só pela dungeon, algo que não apareceu em nenhum dos jogos anteriores. Também era possível conectar à internet e enviar pedidos de resgate online.

Infelizmente, por terem sido lançados apenas no Japão, os títulos não possuem nenhuma representatividade para os fãs ocidentais, que usualmente desconhecem a sua existência.

Gates to Infinity (3DS)


A ovelha negra da família e ao mesmo tempo o meu favorito, Gates to Infinity foi lançado em novembro de 2012 no Japão e março de 2013 no Ocidente. A principal inovação que ele usou como propaganda era o uso das câmeras do 3DS para criar novas dungeons e posteriormente explorá-las. E é a essa mecânica, conhecida como Magnagate, que se refere o “Gates” do título.

Apesar de todo o destaque em propaganda, essa mecânica envolvendo a câmera era completamente descolada da história. Inclusive, até mesmo os personagens usados para explorar as dungeons não eram os do jogador, fazendo com que a exploração apenas rendesse itens e dinheiro para o jogo principal, mas não pudesse servir para fortalecer os personagens ou conseguir novos Pokémon. Com isso, ela acabou sendo bem menos interessante do que prometia.

Houve também uma grande redução no número de Pokémon recrutáveis, que passou de 493 para 144, com foco nas criaturas da quinta geração. Isso também impactou as opções para o jogador e o seu parceiro, que se restringiam a Snivy, Tepig, Oshawott, Pikachu e Axew, os quais podiam ser escolhidos diretamente, sem enquete. Outras mudanças envolviam a presença de algumas dungeons que não eram geradas proceduralmente, o corte da mecânica de fome e a restrição da exploração das dungeons a uma quest por vez.

O jogo também investiu pesadamente em mais texto, mas tinha um ritmo de leitura bastante lento (sem a possibilidade de acelerar o aparecimento do texto). Todos esses fatores fizeram com que a experiência fosse especialmente ruim para quem já estava acostumado à série.

No entanto, acho importante destacar que a história é bastante interessante. Mesmo repetindo os arquétipos básicos apresentados nos jogos anteriores, os personagens aliados são muito bem desenvolvidos, até mais do que nos títulos anteriores. É muito estimulante ver os relacionamentos entre os personagens secundários, como os amigos Dunsparce e Emolga e seu primeiro contato um tanto conturbado com a desconfiada Virizion, cujo coração está fechado para novas amizades.

A história começa com um sonho misterioso. Nele, uma Munna está sendo perseguida por um Hydreigon e o jogador escuta pedidos de ajuda. Depois de acordar, ele descobre que se transformou em Pokémon e encontra o seu parceiro, que decide acreditar na história, mesmo ela parecendo bastante estranha, e pede ao jogador ajuda para chegar ao seu destino, um lugar do outro lado de uma dungeon.

Após chegar lá, o parceiro conta seu sonho de criar um Paraíso para Pokémon e pede ao jogador ajuda. Sem pistas do que fazer para voltar ao normal, ele aceita e os dois começam sua jornada. Mas nem mesmo uma casa eles têm, e acabam tendo que realizar quests para fazer as construções. Além da casa, várias outras instalações podem ser construídas ao longo do tempo, adicionando funcionalidades ao Paraíso. Cabe ao jogador escolher aquelas que mais lhe convêm na hora de expandir o seu território, e ver o local se desenvolver é bastante satisfatório.

Em um determinado ponto da história, assim como nos jogos anteriores, os personagens descobrem que o mundo está em uma situação precária por algum motivo misterioso. Conforme avançam na exploração das dungeons, eles descobrem o que trouxe o jogador àquele mundo e terão que lutar para salvá-lo.

Pessoalmente, gosto bastante de como muitos dos problemas que enfrentamos são bastante humanos, sendo fácil associar os comportamentos das criaturas aos de pessoas comuns, mesmo que adequados àquele contexto de fantasia e um tanto exagerados.
Em termos de gameplay, também houve algumas adições interessantes, como: os ranks dos golpes (quanto mais usamos um ataque, mais força, precisão e PP ele tem); os ataques em equipe (golpes fortes que são liberados durante a exploração e podem ter efeitos variados de acordo com o líder); e a presença de “minipuzzles” nas áreas livres das dungeons, adicionando um pouco de variedade à exploração. Há também um Companion Mode, que permite que o jogador troque de personagem jogável antes da história acabar e possa realizar algumas quests com uma equipe totalmente customizada.

No entanto, nenhum desses fatores é suficiente para equilibrar as decisões ruins de gameplay mencionadas anteriormente. Com isso, é fácil entender porque o jogo acaba sendo considerado o pior da série por boa parte dos fãs.

Super Mystery Dungeon (3DS)

Lançado em 2015, Super Mystery Dungeon reúne o maior número de Pokémon já visto na série spin-off com 720 criaturas recrutáveis e 20 opções para o personagem do jogador (um dos iniciais até a sexta geração, Pikachu ou Riolu). O título se esforça para corrigir os problemas de seu antecessor e apresentar uma aventura definitiva da série, fazendo até mesmo várias menções aos jogos anteriores. Sua principal inovação foi a Connection Orb, que modifica completamente o método tradicional de recrutamento da série.


Curiosamente, apesar de seguir o velho enredo de “humano se torna Pokémon, vai parar em outro mundo e acaba salvando-o de uma grande calamidade que está de alguma forma ligada ao seu passado”, desta vez o protagonista é tratado como uma criança. Após realizar a enquete de personalidade, definir qual Pokémon será e qual é o seu parceiro, sendo opcional aceitar o que o quiz oferece como resposta, o protagonista já transformado logo se vê sendo perseguido por um grupo de Beheeyems. Enquanto foge pela floresta, ele se depara com um Nuzleaf, que o ajuda a escapar e o leva à Serene Village.

Nuzleaf se torna uma espécie de pai do jogador, que passa a frequentar a escola primária local. Lá ele conhece o seu parceiro, um colega de classe que acaba se metendo em altas confusões. Conforme a amizade entre os dois e o resto da classe se desenvolve, eles logo se veem explorando as dungeons locais, o que serve como uma espécie de tutorial para o jogo.

Os colegas de classe também são figuras bastante interessantes e charmosas. Temos os bullies Pancham e Shellmet, o tímido e muito novo Goomy, a popular e honesta Deerling, e a inteligente e silenciosa Espurr. Outros personagens da vila também são interessantes, mas esse grupo é particularmente bem desenvolvido.

Após uma série de eventos, o jogador e seu parceiro conseguem se tornar exploradores mirins, sendo autorizados a explorar mais dungeons e visitar outras cidades. É a partir desse ponto que é possível recrutar novos aliados usando a Connection Orb. Basicamente, o jogador realiza quests ou conversa com Pokémon na cidade e conquista novos aliados como recompensa. Com novos contatos, o jogador abre novas quests seguindo uma rede de conexões apresentada no menu.

Outra novidade é a introdução de um item equipável chamado Looplet. A ideia desse equipamento é servir como um espaço para coletar gemas chamadas Emeras, que trazem bônus diversos, mas são descartadas ao sair da dungeon. Existem tipos diferentes de Looplets, e eles são bastante úteis.

Assim como no jogo anterior, ataques em equipe existem, mas na forma de Alliances. Com elas, os personagens cercam o inimigo e atacam simultaneamente, causando um dano que até ignora se um golpe seria inefetivo contra determinado tipo de Pokémon. No entanto, o jogador toma uma penalidade em sua barra de fome.

Por fim, vale destacar que as megaevoluções também estão presentes no título. Existe um conceito de tamanho para limitar a equipe (Pokémon muito grandes ocupam mais espaço) e os Pokémon podem ficar motivados, fazendo com que eles ganhem o triplo da experiência se forem levados para adungeon naquele dia.

De forma geral, é outro título bem recebido da série. Ele reúne os pontos bons dos jogos anteriores e consegue apresentar uma mecânica que muda completamente o recrutamento, um dos funcionamentos mais básicos de Pokémon Mystery Dungeon, com a Connection Orb. No entanto, é importante destacar que em termos de história, ele consegue ser mais lento que Gates to Infinity, gastando muito tempo no que corresponde ao tutorial sem a possibilidade de recrutar novos aliados. Uma vez com tudo liberado, no entanto, há muito o que se fazer no jogo.

Rescue Team DX (Switch) e o futuro da série


Anunciado na última Pokémon Direct, Rescue Team DX é um remake do primeiro jogo da série. No entanto, várias de suas mecânicas foram atualizadas. No trailer é possível ver que as megaevoluções estarão presentes, e o jogo segue um estilo visual mais próximo dos últimos títulos, com o uso de gráficos em 3D e um tom de iluminação bastante suave.

Para quem ainda não jogou nenhum jogo da série, será provavelmente uma excelente porta de entrada, mostrando com clareza o quão emocionalmente envolvente e surpreendentemente viciante a exploração das dungeons pode ser. O título será lançado para Nintendo Switch a partir do dia 6 de março de 2020. Uma demo já está disponível na Loja Nintendo.

Revisão: Davi Sousa

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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