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Análise: Deep Space Rush (Switch) é entediante como o espaço sideral

Mais irritante do que divertido, o platformer 2D oferece uma experiência bem preguiçosa.

Deep Space Rush se trata de um jogo de plataforma 2D com gráficos simples em 8-bits e mecânicas de Roguelite. Publicado pela Ratalaika Games, a aventura aposta na geração procedural de fases e obstáculos para atrair a atenção do público. No jogo, entramos na pele de um membro da “DeTeam”, uma força de segurança ultrassecreta que protege estações espaciais científicas de contaminações de vírus.

Seria mais fácil ser contaminado

Não há muita complicação em Deep Space Rush. O objetivo central é chegar no final da estação pulando sobre os obstáculos e atirando nos inimigos que aparecem ao longo do caminho. A estação inteira é basicamente um grande túnel gerado de forma aleatória a cada vez que você morre e entra novamente no lugar.

Para facilitar essa tarefa, é possível comprar novas armas, upgrades e itens para o cenário, além de aumentar a vida do seu personagem com o dinheiro obtido durante as partidas. Depois de comprar, os upgrades ficam habilitados para sempre no seu save.

Dito isto, não é muito difícil perceber que Deep Space Rush é um título extremamente simples, que se foca em jogatinas rápidas e enxutas. A jogabilidade não é nada excepcional, mas funciona sem demais problemas.

Como é de se esperar, a geração procedural dos níveis era para ser a principal ferramenta para alavancar o fator replay do título, porém, por ironia do destino, acabou por ser a mecânica que mais afunda o jogo no limbo da mediocridade.


Repetição aleatória

Nas primeiras jogatinas, Deep Space Rush até parece um jogo simpático que pode divertir por algumas horinhas. No entanto, o buraco é bem mais embaixo.

Do que adianta ter níveis teoricamente “infinitos” se nenhum deles chega perto de ser divertido ou interessante? Se não bastasse o level design ser praticamente inexistente, a estrutura das fases ainda traz a cereja do bolo com corredores lineares, repetitivos e sem nenhuma graça.

Não há diversificação. Apenas ande reto pelo mesmo cenário com uns pulinhos aqui e ali, até você não aguentar mais. Não tem graça. É apenas maçante.

Até os inimigos são rasos e irritantes. A grande maioria deles tem propriedades que limitam ou dificultam a sua movimentação, seja invertendo os controles de forma aleatória ou grudando líquidos gosmentos no chão.

Se analisarmos separadamente, as mecânicas dos inimigos não são tão ruins assim. O verdadeiro problema é o contexto no qual elas se encontram. O que era para ser um jogo rápido e simples, para passar o tempo, acaba se tornando uma viagem tediosa por um corredor infestado de inimigos que só servem para limitar a sua movimentação e tirar o controle do jogador.

Para piorar, o design aleatório das fases consegue deixar tudo ainda mais irritante. Dependendo da sua sorte, pode ser que você precise encarar sessões lotadas de inimigos ultra irritantes posicionados da maneira mais desagradável e sem sentido.

A possibilidade de comprar upgrades e novas armas até que adiciona um pouco de fator replay no início, mas basta jogar uns 30 minutinhos para liberar tudo e ficar sem ter o que fazer. Tudo porque é extremamente fácil conseguir dinheiro mesmo jogando mal na maioria das runs.

Com o tempo também vai se percebendo que as novas armas e upgrades não adicionam praticamente nada de interessante na gameplay. Algumas armas têm umas ideias legais, porém não é possível aproveitá-las por causa das munições escassas.

A trilha sonora do jogo não é nada demais. Nem cheira, nem fede. Muito ao contrário dos efeitos sonoros que chegam a ser tão irritantes, como os inimigos.



Um corredor de pesadelos

Apesar da aparência inofensiva, Deep Space Rush apresenta camadas e mais camadas de problemas, que vão de cabeça contra a própria premissa do título. Pode até ser que você se divirta nos primeiros minutos de jogatina, porém esta sensação definitivamente não vai durar muito tempo.

Mesmo dotado de um game design sem nenhuma criatividade, pelo menos ainda dá para dizer que Deep Space Rush é um magnífico exemplo de como não implementar a geração procedural de fases dentro de um jogo. 

Prós:

  • Até dá para se divertir nos primeiros minutos;
  • A jogabilidade é aceitável.

Contras:

  • Level Design inexistente e raso;
  • Inimigos irritantes;
  • Repetição entendiante;
  • Falta de diversidade;
  • Efeitos sonoros chatos
Deep Space Rush - Switch/PS4/Xbox One/PC - Nota: 5.0
Versão utilizada para análise: Switch 
Revisão: Felipe Fina Franco 
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Estudante de jornalismo que não vê a hora de achar um estágio. Apaixonado por videogames e esperando o fim de Hunter x Hunter e Berserk desde que me entendo por gente.
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