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Análise: Paradox Soul (Switch) oferece uma campanha curta e simples demais

O jogo possui características consagradas do estilo metroidvania mas muito simplificadas e com enredo sem aprofundamento.

Paradox Soul é um jogo de ação e exploração em um ambiente 2D misterioso e infestado de soldados zumbi. A heroína se embrenha nas instalações — aparentemente abandonadas — de um laboratório que realizava experimentos em humanos e animais e precisa chegar ao último nível em busca de respostas. Mesmo seu real motivo sendo um mistério, ela deseja destruir os planos da mente do mal responsável por este lugar, indo mais e mais ao fundo em sua missão solitária.

Só mais um metroidvania...

Paradox Soul foi claramente inspirado pela série Metroid, tanto pela exploração dos ambientes ser condicionada a habilidades e melhorias de equipamentos da personagem principal quanto pelo tom misterioso e tecnológico da ambientação do jogo. A heroína pode executar pulos, se agachar, escorregar pelo chão e atirar com uma arma laser, tudo com comandos simples e intuitivos.

Logo no início da aventura encontramos uma armadura especial que estava em desenvolvimento neste laboratório, ela permite executar pulos duplos, possibilitando a exploração de áreas antes inacessíveis. Fora isso, a protagonista conta apenas com uma arma laser que faz disparos em linha reta, podendo ser melhorada com maior poder de fogo por meio de itens escondidos; mini-bombas, recebidas como recompensa por derrotar um chefe, sendo usadas principalmente para destruir partes dos cenários que antes eram bloqueadas; e, por fim, uma arma de choque que também é útil para ativar aparelhos eletrônicos e destrancar portas.


A variedade de itens não é grande, mas funciona dentro do ambiente do jogo, alguns mais úteis, outros nem tanto. A verdade é que são imprescindíveis ao progresso no jogo e podem ser usados de forma variada para garantir sua sobrevivência em cada área a explorar.

Os inimigos se resumem a apenas quatro ou cinco, e você irá memorizar seus padrões de movimentação e ataque muito facilmente, fazendo com que evite o combate sempre que possível, já que lutar não traz recompensa alguma e todos os inimigos revivem quando avançamos para a próxima sala.


Existe um total de 50 blocos (salas) no mapa do jogo, cada uma com vários pavimentos e conexões com os outros blocos, formando assim um grande labirinto. É preciso se esgueirar por passagens estreitas, explodir obstáculos e procurar cartões magnéticos escondidos para abrir portas eletrônicas — isso enquanto você tenta sobreviver aos inimigos que protegem os segredos do laboratório. A heroína inicia sua missão no primeiro bloco do canto superior esquerdo e deve chegar ao último bloco no canto inferior direito, derrotando alguns chefões pelo caminho e buscando maneiras de abrir muitas, muitas portas até lá.

A ambientação é bastante simples e vários elementos se repetem do início ao fim do jogo, fazendo com que você tenha certeza de já ter passado por aquela sala ou mesmo se perder entre os andares de um mesmo ambiente. Os gráficos pixelados 2D de Paradox Soul definitivamente não são um de seus maiores atrativos. Quanto à trilha sonora, bem, ela é irrelevante: são musiquinhas chiptune que variam pouco e não adicionam muito ao tom misterioso que o jogo tenta imprimir.


Simples e direto

A simplicidade em Paradox Soul é responsável por uma ambientação fraca e pouca variação nos desafios impostos ao jogador, mas também pode ser uma característica atraente para muitos que buscam uma campanha pequena e que possa ser finalizada numa partida só. Essa campanha oferece exploração e resolução de quebra-cabeças simples que te prendem na primeira hora de jogo pela curiosidade devido ao fato de o jogo simplesmente não te contar nada sobre nada: não existem diálogos ou instruções em Paradox Soul. E, por conta dessa abordagem, eu quis saber do que se tratava tudo aquilo e quem era aquela heroína. Mesmo tendo me decepcionado no final, a campanha foi interessante ao longo da sua uma hora e meia de duração.

Prós

  • Mecânicas simples e de fácil entendimento;
  • Campanha curta e interessante;
  • Desafio moderado e chefes divertidos.

Contras

  • Inimigos pouco variados;
  • Obstáculos repetitivos;
  • Ambientação pobre e músicas irrelevantes;
  • Mapa um pouco confuso e muito simples.

Paradox Soul – Switch/PS4/Xbox One/PC – Nota: 5.0
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Jorge Neto
Análise produzida com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

Estudante de Letras, apaixonado por vídeo-games e música. Gosta de conversar sobre hobbies em comum, receber dicas e recomendações e de capturar monstrinhos de bolso enquanto explora Hyrule.
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