Detetive Pikachu: saiba as maiores diferenças entre o jogo e o filme

Com uma adaptação excelente, o filme dá uma nova perspectiva para as aventuras de detetive do monstrinho mais famoso do universo Pokémon.


O filme Pokémon: Detetive Pikachu estreou nos cinemas há uma semana, e muitos já consideram o longa como a melhor adaptação de um game para as telonas. Assim como no jogo, o enredo conta a história do jovem Tim Goodman, que se muda para Ryme City e encontra um Pikachu, com o qual ele misteriosamente consegue se comunicar. A partir daí, a dupla parte em uma aventura para descobrir mais sobre o paradeiro do pai de Tim: Harry Goodman.

Considerando que a obra é uma adaptação, não é preciso ser um detetive para concluir que ele não é completamente idêntico ao título original. Pensando nisso, revisitamos o game, lançado para 3DS em 2016, e preparamos uma lista (sem spoilers, claro) com as principais diferenças entre o jogo e o filme. Pode preparar sua xícara de café, pegar seu caderninho de anotações e conferir abaixo as mudanças:

A ambientação

Em ambas as versões o cenário do enredo é o mesmo: Ryme City. Porém, enquanto a versão jogável da aventura mostra uma cidade mais "cartunesca" e colorida, o filme opta por um realismo mais sombrio. E não, isso não se dá somente ao fato da adaptação ser um live-action. O ambiente urbano e a iluminação noturna no longa-metragem são aspectos que reforçam esse fator. No jogo, entretanto, a maioria dos capítulos ocorre durante o dia.
É possível perceber a diferença da iluminação entre os títulos por meio dos pôsteres
Ironicamente, uma das principais partes da história - o festival Pokémon - acontece em momentos diferentes em cada situação: no game o evento se passa durante a noite, e no filme ele ocorre sob a luz do dia.

Outra diferença importantíssima para a comparação são os lugares visitados pela dupla. Por contar com uma campanha de, em média, 10 a 12 horas, a versão para 3DS possibilita a exploração de uma quantidade maior de ambientes, os quais aparecem exclusivamente no portátil, como a obscura Litwick Cave ou a tropical Cappucci Island. Outros cenários mais cruciais para o enredo aparecem em ambas as versões, como no caso do Pokémon Comprehensive Laboratory, mais conhecido como PCL.
Litwick Cave é um dos ambientes exclusivos do game
Já a arena Pokémon, apresentada em grande parte do material promocional do filme, é uma novidade da adaptação cinematográfica. Pode-se dizer que essa foi uma ótima adição, pois reúne vários monstrinhos em um só lugar fazendo o que nós, fãs da série, mais gostamos de assistir: batalhas Pokémon. Outra divergência apresentada é o nome da emissora de TV de cada universo: no jogo, sua sigla é GMM, enquanto no longa é CNM.

O enredo 

Antes de apresentar as diferenças entre as narrativas, vale dizer que, apesar de não ser exatamente fiel aos acontecimentos originais, o filme consegue adaptar bem a premissa geral do game. Afinal, reproduzi-lo seria impossível, dado o número de personagens secundários (humanos e Pokémon) com os quais há interação durante a campanha. Tanto a lista de suspeitos quanto a de fontes é bem maior no game para portátil.
É possível investigar Pokémon de todas as gerações no game
Nas duas histórias, o início é basicamente o mesmo: Tim Goodman, ao chegar em Ryme City, encontra um Pikachu com o qual consegue conversar, e então eles começam uma investigação para descobrir mais sobre o pai do garoto. Porém, o contexto e o propósito de Tim são diferentes em cada caso.

No game, não há muita explicação nas primeiras cenas, pois o desenvolvimento da narrativa se dá ao decorrer dos capítulos. Além disso, Harry Goodman (o pai de Tim) está apenas desaparecido, até que o jovem parte até a cidade para encontrá-lo. Já no filme há um breve resumo do passado do rapaz logo no começo, no qual seu pai é dado como morto, portanto sua motivação para chegar em Ryme City seria despedir-se dele. 

As condições em que os protagonistas se conhecem também não são iguais. Ambas envolvem um grupo de Aipom, mas enquanto no jogo a comunicação ocorre para recuperar um colar roubado pelo Pokémon de cauda longa, no filme os personagens se encontram no apartamento de Harry, e apenas depois há o incidente com os Aipom. 
Isso o cinema não mostra... (Tudo bem gente, é só uma Berry vermelha!)
Para evitar spoilers, não vou revelar o restante da trama, mas é bom mencionar como se dão as mudanças, já que no game tudo é mais implícito (até por conta da interatividade do jogador em ter que deduzir os acontecimentos), ao passo em que no filme os fatos são apresentados conforme a história avança de forma clara, mas não tão previsível. 

Os personagens

Apesar de possuir um enredo "interessante", a verdadeira empolgação em assistir Detetive Pikachu é ver versões fofas (e não tão fofas) dos Pokémon em um live-action. Mas não espere muito além do que já foi apresentado em trailers ou vídeos promocionais, pois no fator quantidade de monstrinhos o game leva a melhor.

Com uma vasta lista de Pokémon interrogáveis na campanha, é possível ver cada espécie agir conforme seu próprio estilo de vida fora das arenas, o qual geralmente relaciona-se com a personalidade de seu parceiro humano. Não é que no filme isso não seja explorado, muito pelo contrário, já que neste o conceito de parceria entre pessoas e Pokémon é bem mais explícito, mas a quantidade de tempo disponível dificulta essa representação.
Cenas fofas demais para serem vistas rapidamente
No que se refere aos personagens humanos, em nenhuma das narrativas há um desenvolvimento marcante de algum, nem mesmo do Tim. Todos são pessoas com personalidades generalizadas, pois enquanto no jogo a maioria são apenas NPCs solicitando algo para o jogador, no filme essas pessoas sequer existem, já que todo o enredo gira em torno de menos de 10 indivíduos.

Mesmo assim, vale citar as diferenças entre os protagonistas. A estagiária de jornalismo da CNM Lucy Stevens, interpretada pela atriz Kathryn Newton, e seu parceiro Psyduck, estão presentes apenas no longa-metragem, ainda que o game tenha uma personagem semelhante: Emilia Christie, que trabalha como repórter na GMM mas não acompanha tanto a dupla principal quanto Lucy.

Já o jovem Tim Goodman, interpretado por Justice Smith, apresenta mais diferenças físicas do que de personalidade: enquanto no game o jovem é branco e mais descontraído, no filme ele é representado por um ator negro e é mais preocupado que sua versão original.
Um casal de humanos com Pikachu e um Psyduck como parceiros? Onde será que eu já vi isso antes?
Para finalizar as comparações, nada mais justo do que apontar as diferenças entre o destaque de ambas as versões: o Detetive Pikachu. O carisma do personagem (e o vício em café) é marcante nas duas situações, porém de maneiras diferentes. No jogo, a voz do Pokémon é mais grossa (inclusive quando ele reproduz o clássico "Pika-Pika"), ele é mais confiante e possui uma marcante frase de efeito sempre que tem uma ideia brilhante para resolver o caso: "A Bolt of Brilliance!". 

Em contrapartida, no filme, a construção do personagem gira em torno da caracterização que a icônica voz do ator Ryan Reynolds atribui ao rato elétrico. É uma mistura perfeita de fofura e comédia em cada cena.
A BOLT OF BRILLIANCE!

Um conceito, duas experiências

Como dito anteriormente, o filme não é idêntico ao jogo, mas nem por isso ele deixa de ser bom. A proposta é parecida, mas com execuções diferentes, cujas mudanças fazem de cada obra uma experiência única e especial, que foge dos padrões da série ao retratar uma sociedade ideal onde seres humanos e Pokémon coexistem harmoniosamente.

Revisão: Vinícius Fernandes

Estudante de publicidade que saiu do interior de Goiás para viver na cidade grande. Apaixonado por jogos, musicais e animações, passa bastante tempo no Twitter comentando sobre esses assuntos.
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