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Análise: Storm Boy (Switch) é pouco demais para ser verdade

Baseado em um livro homônimo, o game conta a história da amizade entre um menino e um pelicano




Banhado em simplicidade, Storm Boy (Swich) é uma aventura simples, que traz para o mundo dos jogos a história de um famoso livro infantil que retrata a improvável amizade entre um menino e um pelicano.

História interativa

O game tem como premissa a intenção de ser uma história interativa. O jogador viverá o garoto chamado apelidado Storm Boy [Menino Tempestade] que encontra três filhotes de pelicano sem a mãe e decide cuidar deles até que estejam grandes o suficiente para viverem sozinhos na natureza.

Porém, depois de crescidos, o pelicano Mr. Percival se mantém próximo ao menino e aqui começa a história de amizade. A partir daqui os dois irão passar por várias aventuras e brincadeiras, como catar conchinhas no chão, nadar em mar aberto e voar com os outros pássaros.

A construção do jogo dá foco maior à história do livro, o título não apresenta nenhum mínimo de competitividade, muitos menos desafio real. A história vai se desenrolando aos nossos olhos e a única coisa que podemos fazer é acompanhá-la.

Até aqui, o título se aproxima muito de Forgotton Anne (Multi), outro jogo que tem foco maior em contar uma história com uma pitada de aventura e puzzle, mas é visível que há pouco espaço de desenvolvimento. Mesmo com uma premissa bacana e uma busca por uma estética bela, não há nada além disso.


O problema de Storm Boy recai na mediocridade, o game conta com cenários e ambientação belos, mas os modelos em 3D com uma aparência pouco acabada e que poderiam passar por um polimento, a movimentação dos personagens também é um tanto dura. Além de seguir um caminho linear que instiga pouco interesse.

Enquanto o desenvolvimento da história se passa em textos que aparecem no topo da tela, esses vão mudando de acordo com o caminho seguido pelo jogador. Porém, os textos foram programados para aparecer ao passo que o jogador chega em determinadas partes do cenário, ou seja, se chegar rápido demais no próximo, dane-se se você ainda estava lendo o anterior, vai ter que voltar pra ler de novo.

Já a história é sim muito bonita e tocante, mas não há grandes acontecimentos, assim como não há possibilidades de caminhos múltiplos, nem mesmo uma amplitude de interpretações, é aquilo e pronto. Além do mais, todo mundo sabe como acaba uma história que envolve uma grande amizade com animais, não é mesmo?

O título é uma boa pedida para quem gostaria de introduzir os filhos pequenos e querem ter certeza que estão entregando um título completamente seguro e acessível às crianças, pois é exatamente isso que o game entrega. Não há competitividade, nem nível de dificuldade, o desenvolvimento é intuitivo e simples. E, muito possivelmente, a história vai interessar a uma criança pequena. E, a melhor parte, é um jogo muito barato (6 dólares como preço de lançamento, aproximadamente 24 reais*).


O jogo poderia ter buscado maior inspiração em sua arte de capa, o estilo em 2D poderia dar um charme maior à história e trazer um estilo estético que condizesse melhor com a proposta do título, pois é visível que houve uma busca por representar bem a baía australiana com bastante cor e vida.

O título vai cair bem na mão de uma criança, ainda mais uma pouco acostumada com jogos eletrônicos, não haverá espaço para frustração, pois tudo é bastante intuitivo, a história poderá ocupar os pequenos por bons minutos e, com sorte, a criança pode querer assistir/jogar novamente.

Prós

  • Título voltado ao público infantil, intuitivo e simples;
  • Game disponível a um valor acessível logo de cara;

Contras

  • Animações pouco refinadas;
  • História curta demais;
  • Minigames monótonos;
  • Sem versão para o português.
Storm Boy - Switch/PS4/XBO/PC/iOS/Android - Nota: 5.0
Versão utilizada para análise: Switch

*Com base da cotação do dólar em 15/12/2018.
Revisão: Vinícius Rutes
Análise desenvolvida com cópia digital cedida pela Level 77

Estudante de Sistemas da Informação que gostaria de aprender todas as línguas existentes, mal sabendo lidar com as duas que já fala. Descobriu seu amor pela Nintendo ao conhecer Super Mario 64 e desde então nunca mais largou os cogumelos, karts e rúpias que encontrou em seu caminho.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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