Blast from the Past

The Lord of the Rings – The Third Age (GBA): Uma estratégia soturna

A versão portátil de The Third Age era obscura e viciante na medida certa.

A mais recente franquia de filmes do universo dos livros de Tolkien, dirigida de forma belíssima e certeira por Peter Jackson, recebeu muitas premiações, além de diversas multimídias complementares aos filmes incluindo os jogos eletrônicos. Depois de muitos games de ação baseados nos filmes, a Eletronic Arts resolveu, em 2004, mergulhar no gênero RPG em turnos, lançando assim The Lord of The Rings: The
Third Age para GameCube, PlayStation 2 e Xbox. A ideia de levar o game para o portátil da Nintendo esbarrava nas limitações que o console trazia, levando a produtora a usar e abusar da criatividade para criar algo novo dentro do universo do game. Assim nasceu The Lord of the Rings: The Third Age em sua versão para Game Boy Advance, no melhor estilo Fire Emblem (Multi) e Final Fantasy Tactics (PS1/PSP).

Beleza e seriedade

O game era muito bonito para o portátil, contando com gráficos pré-renderizados que davam um aspecto mais realista ao jogo. Todas as suas texturas tinham um tom acinzentado de forma proposital, a fim de promover um clima mais obscuro e sério para o game. Algo pensado de forma a se observar que, tratando-se de uma guerra, o clima está mais que bem elaborado. Isso o diferencia de sua versão para os consoles de mesa, que são mais coloridos e despojados. Outro fator que colaborava com esse tom soturno do game era a trilha sonora escolhida a dedo, na qual se ouve as músicas mais tensas e obscuras compostas de forma genial pelo canadense Howard Shore para os filmes. Músicas essas, que somadas ao visual, traziam uma experiência única para um jogador experiente ou para um fã refinado da série.

Compromisso com a literatura

Apesar de o jogo ambientar-se nos cenários e personagens apresentados por Peter Jackson, o game também trazia ícones presentes apenas na “literatura Tolkiana”. Ao iniciar o game, o jogador pode selecionar o seu lado da guerra. O lado do bem, da sociedade do anel, é composto por três personagens: Aragorn, Gandalf ou Elrond, que contam com aliados como Legolas, Gimli, Théoden, Éomer, Éowyn, Faramir, Boromir, Merry, Pippin, Barbárvore, Teodredo e Príncipe Isildur. No lado do exército de Sauron, o jogador conta com os seguintes personagens: Saruman, o Rei Bruxo de Angmar ou a Boca de Sauron, acompanhados de seus aliados Grima Lígua de Verme, Gorbag, Sharku, Ugluk, Grishnakh, Lurtz, Balrog, Orcs, tenentes e capitães de Uruk-hai e, em algumas poucas missões selecionadas, o Lorde das Trevas Sauron. Essa gama de personagens trazia um mar de nostalgias para os fãs mais exigentes da série.

Um sistema conhecido

The Lord of the Rings: The Third Age foi projetado de forma inteligente em sua jogabilidade, usando e abusando de mecânicas presentes, principalmente, em jogos mais atuais da franquia Fire Emblem da própria Big N. Cada jogador tem seu próprio turno para fazer seus movimentos e ataques, no qual cada personagem tinha seus alcances e habilidades próprias. Habilidades essas que podiam ser aprimoradas ao vencer cada batalha. Assim como em Fire Emblem, o game contava com um sistema em que o jogador “assistia” a cada luta entre os personagens, dando uma maior percepção de realismo no game.

Uma pérola esquecida por muitos

The Lord of the Rings: The Third Age (GBA) não foi visto como um grande marco para o console, levando em conta a sua simplicidade e sistemas já utilizados em outras séries. Todavia há uma parcela dos gamers que ainda o consideram como a melhor versão de Third Age, visto que seus “irmãos” para consoles de mesa apresentavam problemas em sua mecânica de RPGs de turnos.

Esse game de O Senhor dos Anéis merece ser revisitado por aqueles que já jogaram, e para aqueles que nunca ouviram falar, vale a pena ter a experiência de um game com elementos muito fiéis ao seu universo.

Revisor: Luigi Santana

Professor de História e Historiador
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